domingo, 14 de março de 2010

Sou maluco caralho!



Os dias de hoje tendem a ser confusos, tendem a ser desoladores e "negros", negros como a noite, mas sem estrelas, sem lua, sem gente. A esperança perde-se em cada passo que se dá numa rua, em que as pessoas só se conhecem por uns poucos segundos, quando se olham apenas uma vez. As pessoas esquecem-se, tornando-se robôs daquilo que mais temiam, enganando-se, pensando que obtiveram a liberdade, quando continuam prisioneiros de eles próprios e dos seus receios. Os únicos que restaram são dois tipos de gente: os que são chamados de malucos e as crianças. Estes primeiros, vivem presos no seu próprio drama, somando a prisão que a própria sociedade lhe impõem, tirando-lhes a sua vida. Os segundos, as criancinhas, vivem no seu mundo de fantasia, no seu mundo de sonho, desejando proteger aqueles que mais gostam e entregando-se a si e ao seu coração à Natureza infinita; mas, pouco-a-pouco, enquanto crescem, vão perdendo a sua essência, a sua pequena e frágil inocência e são corrompidas, exploradas e abusadas pelo povo que , um dia atrás, as decidiu proteger.

Quem imaginou, que aquilo que foi construído para nos proteger, fornecer amor, carinho, paixão e, mais importante, união, viria a tornar-se o monstro que nos vai perseguir pelos anos fora, que alimenta a nossa alma com sujidade tal, que nos transforma no nosso receio e nos envolve em esquemas e nos alicia a viver na nossa própria desgraça e no nosso desespero.

Todos os dias isso acontece; todos os dias nos afundamos mais e não nos conseguimos libertar, de tão presos e de tão fundo estamos. Não existe corda, não existe super-heróis  prontos a içar a sua mão e a estender a sua magia aos mais fracos. Não existe cor, não existe luz. Existe frio e lágrimas secas de sentimentos e emoções. Existe vazio, não existe fundo, não existe tudo mas existe nada. Deixou-se de sonhar, deixou-se de acreditar e de depender dos outros e nunca de nós próprios. Mas para quê, se de facto não nos importamos: se tivermos, temos; se não tivermos, não temos. Paciência. Onde está a luta, onde está aquilo que se construiu e onde está o Amor que se tanto fala. Inventaram um conceito para uma coisa inexistente que só tolos e chanfrados da cabeça acreditam. É tudo deitado por fora porque já não existe aquilo que nos move, não existe o suor, é preferível desistir e enganarmo-nos do que enfrentar o susto e não virar costas à batalha. Viver, o que é viver, o que é? O que é essa palavra que vem ser usada durante milénios, o que é Deus, o que é Jesus, o que somos Nós?

Não sei nada, não sei. Mas tento perceber, não me custa. O Sol teima-me em bater na minha cara, viro-lhe costas, mas então, sinto o calor. Eu gosto e estendo-lhe a mão. Não o toco, mas mesmo sem contacto físico, ele faz-me sentir bem, faz-me sentir seguro de todos os males. Agora percebo. Agora eu sei o que é tudo, eu sei o que é a Vida.

A Vida é o Bem e o Mal, e nenhum poderia existir sem o outro. A vida é beleza, é brilho nos olhos, é alegria no coração das pessoas. A Vida é chorar e rir, a Vida é gritar bem alto, a Vida é respirar a Natureza, a Vida é ajudar. A Vida é perfeita e desengane-se quem pensa o contrário. A vida foi nos dada, não é preciso respirar nem estar presente, porque, um grande exemplo disso, são os falecidos, que nos trazem companhia e nos fazem recordar todos os momentos com eles passados. Momentos não, fazem-nos recordar as Vivências por nós conseguidas. A Vida não é uma obrigação, a vida não é esforço, não é morrer de tentar; a Vida é Natural, a Vida é nossa, a Vida é instinto. Sejam doidos, sejam crianças, vejam o mundo num arco-íris, voltem a sonhar, voltem a ser os heróis que queriam se tornar aquando crianças, voltem a sorrir para vida, voltem a viver. Deus quis isso, Jesus sacrificou-se. Se Deus existe, Ele não quer o nosso mal. Nós quisemos a liberdade para viver e Ele deu-nos. Nós estragámos isso. Ele deu-nos o que queríamos e nós desperdiçámos o que Ele nos entregou. Ele sim, precisa de receber um pedido de desculpas enorme pelo nosso estado presente. Tornámo-nos egoístas e nossos escravos e não sabemos o que é a felicidade. Ela existe, tudo existe, tudo é possível. Basta acreditar, basta imaginar. Nós conseguimos, nós conseguimos mudar este mundo, nós conseguimos torná-lo realidade agora, no tempo mais importante. Sim, porque Passado é História, O Futuro é um Mistério, mas o Presente é uma Dádiva. Por isso, vivam! E sou Maluco com orgulho!

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