quarta-feira, 31 de março de 2010

União




Texto escrito no meu primeiro blog, com algumas alterações.


Quem somos nós?

Realmente esperamos que a vida traga algo de bom para nós, mas esquecemo-nos que para isso acontecer, temos que trabalhar todos os dias. Não me refiro ao aspecto físico ou mental - estou a falar na realidade de todos os dias – trabalhar as pessoas. Somos brinquedos de um senhor nenhum, não sabemos na realidade de quem somos servos, ou se somos donos, mas a verdade é que o ser humano é das espécies que mais varia em termos pessoais: ou somos bons, ou somos maus, ou não sabemos o que isso é, ficamos indiferentes às pessoas e não nos importamos com quem quer que seja. Pensamos demasiado com a cabeça e nunca com o coração, nem deixamos os instintos apoderarem-se de nós; grande erro nosso, pois é daí que vem toda a nossa coragem e a verdadeira felicidade humana.

Todos os dias vivemos dentro de um ciclo vicioso, somos umas máquinas, a fazer o mesmo todos os dias, obrigados, o que nos traz desânimo, pessimismo, tristeza e absoluto desespero. Não paramos para respirar fundo e sentir o fresco e puro ar que nos rodeia, não temos tempo para sorrir a uma pequena criança nem sequer para desfrutar do grande contributo que a Natureza trouxe ao nosso mundo, seja animal, seja vegetal.

A vida, não é nada mais, no meu ver, do que tudo. Cada momento passado com a nossa namorada/o, com os nossos melhores amigos, com os meus pais e família deve ser guardado numa caixinha que nós temos, o nosso pequeno e frágil coração. Um exemplo disto é que eu gostava de ter passado mais tempo com a minha avó e, desde que a perdi, que penso nisto todos os dias: o que seria de mim, se eu nunca a tivesse visto, falado com ela, tocá-la, conhecido? Mas ainda bem que aconteceu, ainda bem que tive com ela, ainda bem que ela tratou de mim, que ralhou comigo, que eu me zanguei com ela, porque é assim que eu me recordo das coisas e é assim que eu recordo o quanto gosto dela e a cara dela. Encarei o facto dela ter-me deixado e ir para um sítio bem melhor, mas não esquecerei nunca as suas ultimas palavras, ditas a mim: “ai o meu amor, o meu amor”. A minha avó era uma das pessoas que nunca seria capaz de trair, de magoar ou de deixar de amar: ELA SIM É O EXEMPLO QUE TODOS DEVEM SEGUIR. Ela fez de tudo para que eu vivesse, para que eu gostasse, para que eu visse; fez de tudo para estar com ela, fez de tudo para que eu não perdesse o caminho e acreditasse naqueles que estão comigo e ainda os amasse mais do que eu amo agora. Agora, sempre que entro na tua casa velha e gasta por fora, sinto um vazio que me esmaga que nem um insecto. Mas estás lá ainda e desse lugar não vais sair. Porquê? Porque aí residem todas as memórias de uma vida unida e de uma vida completamente sincera. Uma vida preciosa de que estou feliz por ter sido um dos interpretes

 

Estou aqui sentado a escrever isso e devo recordar-vos o facto de não abandonarem as pessoas de que mais gostam. E para quem diz que já não gosta ou ama alguém, isso é mentira: o que realmente aconteceu, é que a pessoa que está à vossa frente apenas não consegue suportar o facto de que um dia as coisas acabam e que nunca mais vos poderá ver porque tudo pode acontecer. Simples facto disto é as pessoas não se sentirem bem com vocês ou porque dizem “tenho que aproveitar a vida”. Para essas pessoas, só digo que isso não é aproveitar a vida, é estragar a vida. É tão bom estar preso a uma pessoa e sentir que ela nos pertence e nós pertencemos-lhe, que ela é a nossa confiança e nós a confiança dela, que nós somos a vida... Se nós somos a vida, então aproveitem-nos, aproveitem aqueles que jamais sairão do vosso lado por qualquer coisa que aconteça e se se querem sentir bem, só basta acreditar em vocês próprios. Não deixem as pessoas que mais gostam de vocês só para vocês se sentirem bem, porque é a pior coisa sentirmo-nos bem na tristeza do outro (acreditem no que eu digo).

Sentir-se bem é estarem juntos dos vossos mais queridos, sentirem-se bem é sentir-se mal para o outro estar bem, isso não é só amor, é segurança, é alegria, é humildade, é vida.

Recordo o bom e o mau, recordo o passado, vejo o presente e sonho o futuro, mas olho para o passado, para me segurar ao presente, para melhorar o futuro. Sou feliz pela minha vida, pelo que passei, pelo que sou e pelo que serei, mas quero que vocês ainda sejam mais felizes que EU.

Não deixem escapar nada pelas vossas mãos, não esqueçam nada do que vocês viveram e agarrem-se às vossas vidas, agarrem-nas com todas as vossas forças, porque nós, nós sentimo-nos bem nos vossos braços, ao vosso lado.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Loucura


Bela é esta noite, tem tudo para ser perfeita. Estrelas cintilam sem timidez, a lua atinge o máximo da sua plenitude e demonstra, sem receio, todo o seu esplendor, no seu grande brilho provido do sol. O ar é quente, mas não é sufocante; é tão misto de emoções, tão suave e tão atenuador. O mar está calmo, não se mexe, apenas se ouve baixinho os seus sussurros e as lamentações e, juntamente, as histórias que foram-lhe contadas e partilhadas ao longo dos anos, das gerações e do mundo. Carrego apenas uma carta, que fora escrita aquando não estava sozinho, graças a uma garrafa de vinho que segurava e que se ia esgotando a cada 10 passos na estrada. Tiro-a do sobretudo, e todo o brilho, a magnificência da luz da lua e toda as suas memórias voltava-se para mim, como se eu fosse iniciar um monólogo no meio de um palco mas, desta vez, estava sem público.


"Será agora?" - Pergunto-me eu, já com a carta na mão, evitando-a desembrulhar. Podia ser naquela noite que libertava e ganhava a coragem para te ligar, para te falar, para te escrever. - "Não, não é esta noite"


Sento-me à beira da água, mantendo distância para ela não me molhar e olho mais uma vez para aquelas folhas de papel. Mesmo sem ter ido para o mar ou uma onda me chegar, elas já estavam molhadas. Estavam molhadas das lágrimas que me escorriam pelo meu rosto de expressão obscura, cansado e calmo. Não estava triste nem feliz, não eram lágrimas de felicidade nem de tristeza. Eram lágrimas 'secas', secas de sentimento, vivências ou de amor. Era só água salgada sem qualquer importância. 

"Olá minha querida. Sou eu mais uma vez, aquele que ficou à tua espera, do outro lado da rua, sentado na calçada gélida e lisa que atravessava toda a estrada em frente do teu abrigo, naquele em que te escondias e defendias das ofensas, da perversão e da culpa que atinge este nosso mundo. Sou eu, sou eu aquele que te esticava a mão para te agarrares a mim e que te sorria para não sentires medo. A verdade, é que sentias isso, tremias de me ver, mas não hesitavas em olhar para mim mas nunca nos olhos. Eu continuava sereno à tua espera, só me indo embora à noite, quando entravas nos teus sonhos, nos quais eu podia ou não fazer parte deles, podendo-os transformar em pesadelos. Não queria ser recordado assim, sendo eu a pessoa que te fazia acordar em sobressalto no meio do teu belo sono, o único momento do dia em que tu devias estar protegida e munida de todo o mal à tua volta. No outro dia, lá estava eu, sentado no mesmo sítio, na mesma posição, a olhar para ti, a sorrir para ti e a esticar-te a mão. Desta vez falei-te: 'Esquece os males, esvazia a tua Vida e deixa-me encaixar-me na nova que vais tomar. Também eu já levei com tudo de pior no que devia ser bom nesta Vida. Já passei e já me escondi também dos outros que me esticavam a mão, olhando para mim com a calma estampada no rosto. Também eu já estive no chão, já fui violentamente agredido pelo horror, terror e dor; Já me bateram até quase não respirar, já me espetaram tantas coisas mais afiadas do que facas e que magoavam ainda mais. Nem a morte fazia apagar as nódoas negras e todo o susto e a maldição que lançaram sobre o meu ser frágil e fraco. Mas consegui tal como tu irás conseguir, tal como tu também passarás por este mal e conseguirás ultrapassar a maldade existente e também tu conseguirás confiar em mim. Pelo menos olha-me nos olhos e vê que eu não estou a mentir; se não vires, ao menos sente toda a força que te quero transmitir. Quero-te salvar de toda essa agonia e mágoa em que te fechaste. As coisas mudam e tu podes mudar e eu serei, neste momento quem te pode trazer ao antigo estado que era tão habitual em ti. Quem sou eu? Sou um conhecido e um estranho. Sou tão familiar e tu conheces-me tão bem. Mas agora quero ser um estranho e é por isso que não sabes quem sou e tens medo de me seguir. Mas, e se eu te dissesse que tenho em mim o poder para te fazer voar por entre aquilo que desejas e tenho o poder de fazer tornar real aquilo que queres agora? Que tenho em mim a Vida que desejas, a União de que necessitas e a Felicidade que nunca havia sido encontrada? Agora queres vir comigo? Quero tomar posse do teu olhar esbelto e mergulhado pelo mar; quero tomar posse do teu rosto transtornado e transformado pelo que pior tem o mundo. Quero que te entregues a mim agora e vou-te perdoar por tudo o que fizeste, pelo que te tornaste agora e pê-lo tempo que demoraste a chegar. Não tens culpa, nem tu nem eu, quem a tem, só o horror que te mudou para o teu recente estado. Esse eu não perdoo, nem que ele prometa nunca mais te aterrorizar. A esse, eu quero matá-lo, torturá-lo e sufocá-lo por tudo o que ele te fez. Mas não estou aqui por causa dela mas de ti. De ti e de mim... Estou doente, doente de Amor, que me já trouxe ao desespero e que me vêm assombrando noite após noite. Vejo o teu nome em todo o lado, repetida em todo o lado para que me viro. Estou louco e tu, és a minha cura. És aquela que trará neste momento a Paz ao meu mundo tão negro, obscuro e terrivelmente sinistro. Tenho medo mas tu podes-me salvar. Não sabes, mas somos o herói um do outro. És a droga que me faz bem e são as memórias de ti que me fazem alucinar e voar. Estou cego, estou quase morto pelo que me fazes. Mas que morra depressa, porque nesse momento sei que já estás comigo"


Meto outra vez a carta no bolso; Não te disse nada, apenas a li para a noite maravilhosa, com a esperança de que o vento leve as minhas palavras até aos teus ouvidos:


"Dorme bem meu amor, estarei aqui para sempre"




Desculpa por tudo o que se passou minha pequena, a sério. Desculpa por tudo

terça-feira, 23 de março de 2010

C*ralho



Hoje tive exame de Percussão. Depois de uma semana a estudar bastante, 4 horas do exame para estudar, nem almoço comi e resultado: um 8 no meio da fuça. 

Normal, depois de me ter armado em calão este período todo é normal que assim aconteça. E para ajudar à festa, os nervos estavam tão meus amigos hoje que só de olhar para uma simples baqueta me dá vontade de chorar. 

Nada está perdido, sexta vou tocar a solo à frente de uma multidão de espectadores. Seja o que Deus quiser, ou melhor, ele quer o meu bem, eu é que sou TÃO estúpido que deitei tudo a perder.


Agora? Não vale a pena lamentar-me, para o próximo período vou remediar as coisas e aí sim, vou provar o que realmente sou capaz, pois todos os que estavam na sala reconheceram que sou capaz e que sou bom músico, mas sou preguiçoso e parvo.


Mais uma coisa, desculpe professor, se o deixei mal, não era minha intenção mas é minha culpa

domingo, 21 de março de 2010

Caminhar


Escuro, deserto e incerto. Este é o caminho em que estou. Esta rua parece não ter fim; quanto mais ando, mais me perco e não encontro o destino.

Olho para todos os lados da estrada... Não vejo ninguém, nenhum ser. Só vejo um caminho, sem fim na sua frente, mas com limites no seu lado. Não me atrevo a chegar às suas extremidades. Não quero, tenho medo de cair, tenho medo de me perder e não me encontrar. O que se passa, onde estou e o que é isto tudo. 

"Olá?" - Pergunto eu ao infinito mas sem esperança de receber resposta. Mas estranho, eu oiço mais alguma coisa, eu oiço algo. Eu continuo a ouvir e a sentir. Fecho os olhos e concentro-me nesse zumbido, nessa coisa pequenina, ínfima, quase inexistente. O que é? Oiço melhor, só me interessa aquilo. "Olá, olá, olá, ...". É o meu eco, é a minha voz a soar neste longo e interminável vazio.

Cansei de olhar para a esquerda, para a direita e para a frente.

Olho para cima e vejo estrelas, pequenas e brilhantes. Quero agarrá-las e elas sorriem para mim. Não lhes chego, mas estou feliz. Tenho algo pequeno mas tão belo a olhar por mim.

Olho para trás, e vejo uma história; sou o protagonista, sou eu o actor principal de vários capítulos. Mas que livro é este, que páginas são estas transcritas e revestidas de imagens com pessoas que não conheço, mas me parecem familiares. Os seus rostos estão desfocados, mas sinto que eles são actores secundários nesta peça. Aceno com a mão, como se dissesse adeus. Mas eles não me respondem. Continuam como se eu não estivesse ali. Então grito, grito bem alto e novamente apenas oiço a minha voz. 

Caio agora no chão, perdi o equilíbrio e a força nas pernas. Meto-me de joelhos e levo as mãos à cara. Estou tão confuso e olho novamente para cima. As estrelas brilham agora mais. Estou sem palavras, estou maravilhado e tão assustado. Quero fugir mas não encontro poder para me trazer ao de cima. Estou sozinho... Tão abandonado, tão triste, tão vítima daquele filme que antes vi. 

Sinto uma mão a pousar-me em cima do ombro, viro-me rápido, receoso de algum mal que me queira levar fora daqui. Mas não era nada de mal, nem era uma mão sequer. Um pequeno clarão de luz tocava-me e dançava à minha volta, mas parecia tão sólido ao ponto de sentir as suas pequenas partículas a tocar-me em todo o corpo. Tinha as cores todas do mundo, era quente, agradável, brilhante e tão atraente. Levanto a mão para lhe tocar e oiço novamente a minha voz, oiço aquilo que disse antes, logo no inicio deste pequeno passeio. E oiço voz de pessoas, que estupidamente são as vozes de todas as pessoas que vi naquela "cassete". É mágico. Consegui levantar-me, apoiando-me nesta luz imensa que ainda me rodeava. Inesperada e magicamente, vi o caminho escuro que estava à minha frente a abrir-se para mim. No fundo, estavam lá todas as pessoas que estavam atrás de mim. Acenavam-me e diziam "Vem ter connosco, estamos à tua espera". Começo a correr e, desta vez o caminho parecia não se prolongar. Via a perspectiva de me aproximar deles cada vez mais real. É agora, vou chegar perto, estou quase a tocar-lhes...

Abro os olhos, "Afinal não passa de um sonho. Mas agora sei que não estou sozinho". - Digo eu a sorrir.


(Obrigado a todos os meus Amigos)

Minha Pequena #2

Hoje foi preciso beber mais do que o costume para perceber que gosto muito de ti. Tudo isto porque tive ao telefone com o Ribeiro para perceber que agora és tu quem eu quero. Não faço ideia do que se tem passado ultimamente, o que mudou e o que ficou igual. Desconheço tudo neste momento, apenas reconheço o meu estado caótico e totalmente inevitável - estou num estado lastimável, não me conheço, mas sei o que quero e, principalmente, sem quem eu quero. Sabes tu muito bem que pouco tempo não significa gostar menos de alguém, pois nada é certo. Custa-me escrever isto tudo, não sei sequer o que estou a fazer agora. Tu és tão perfeita e quero juntar-me a ti agora, antes que seja tarde demais. Dá-me a tua mão, segura-te a mim e deixa que eu te faça voar, como ninguém nunca o fez. Não sei, mas eu sei que tenho essa magia, tenho esse poder e o dom de te deixar mais feliz do que a qualquer outro. Amo-te, nem sei bem o que é, mas neste momento sem ti não dá. Não estou a dizer que vou desistir, mas és tu agora, Já te trocaram mas não o farei; não, porque não sou cobarde o suficiente para largar aquilo que me poderá fazer feliz. Agarrei-te agora e custa-me deixar-te e não o quero. Ter-te comigo só mepode fazer fazer feliz e nunca me fazer mal, mas é agora, que não te tenho, que me está a deixar triste e sem corrimão para segurar. As pernas tremem e fraquejam, os braços não tem força para me levantar e olho para o chão, com a vista húmida das lágrimas que escorrem pelo meu rosto abaixo. Fica comigo, só desta vez, levar-te-ei a novos sítios, a novas paisagens e a novas descobertas. Deixa-me tocar-te, sentir-te e gostar de ti. O que para trás agora não interessa, porque agora estás tu no meu presente.


Por favor, fica aqui ao meu lado, Porque sem ti, não tem mais sentido algum minha Pequena.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Já está!


E pronto, o blog já atingiu uma centena de visitas.


Tou mesmo contente :D


Pois é, para alguns a música do meu blog pode ser ridícula por várias razões:

  • A música é Japonesa;
  • Não percebem a letra;
  • É bastante lamechas.

Desculpem então lá qualquer coisinha, mas eu gosto. Mas encontrei várias soluções:

  • Se é Japonesa, ou seja, estrangeira, e vocês não gostam, então caguem para a música americana e irlandesa e passem a ouvir música nacional - Ou então, se é Japonesa e não gostam por ser Japonesa, então devem adorar Britney Spears (Não é Japonesa, mas é RIDÍCULA);
  • Se não percebem a letra, venham aqui e procurem sobre a música (O nome está no canto superior direito);
  • Se é lamechas... Opa, remédio santo, vai ouvir as tuas.


E só digo, esta é a minha banda preferida, tem tudo de mais completo.


(Digo isto tudo, mas ainda não tive nenhuma reclamação :$)



domingo, 14 de março de 2010

Sou maluco caralho!



Os dias de hoje tendem a ser confusos, tendem a ser desoladores e "negros", negros como a noite, mas sem estrelas, sem lua, sem gente. A esperança perde-se em cada passo que se dá numa rua, em que as pessoas só se conhecem por uns poucos segundos, quando se olham apenas uma vez. As pessoas esquecem-se, tornando-se robôs daquilo que mais temiam, enganando-se, pensando que obtiveram a liberdade, quando continuam prisioneiros de eles próprios e dos seus receios. Os únicos que restaram são dois tipos de gente: os que são chamados de malucos e as crianças. Estes primeiros, vivem presos no seu próprio drama, somando a prisão que a própria sociedade lhe impõem, tirando-lhes a sua vida. Os segundos, as criancinhas, vivem no seu mundo de fantasia, no seu mundo de sonho, desejando proteger aqueles que mais gostam e entregando-se a si e ao seu coração à Natureza infinita; mas, pouco-a-pouco, enquanto crescem, vão perdendo a sua essência, a sua pequena e frágil inocência e são corrompidas, exploradas e abusadas pelo povo que , um dia atrás, as decidiu proteger.

Quem imaginou, que aquilo que foi construído para nos proteger, fornecer amor, carinho, paixão e, mais importante, união, viria a tornar-se o monstro que nos vai perseguir pelos anos fora, que alimenta a nossa alma com sujidade tal, que nos transforma no nosso receio e nos envolve em esquemas e nos alicia a viver na nossa própria desgraça e no nosso desespero.

Todos os dias isso acontece; todos os dias nos afundamos mais e não nos conseguimos libertar, de tão presos e de tão fundo estamos. Não existe corda, não existe super-heróis  prontos a içar a sua mão e a estender a sua magia aos mais fracos. Não existe cor, não existe luz. Existe frio e lágrimas secas de sentimentos e emoções. Existe vazio, não existe fundo, não existe tudo mas existe nada. Deixou-se de sonhar, deixou-se de acreditar e de depender dos outros e nunca de nós próprios. Mas para quê, se de facto não nos importamos: se tivermos, temos; se não tivermos, não temos. Paciência. Onde está a luta, onde está aquilo que se construiu e onde está o Amor que se tanto fala. Inventaram um conceito para uma coisa inexistente que só tolos e chanfrados da cabeça acreditam. É tudo deitado por fora porque já não existe aquilo que nos move, não existe o suor, é preferível desistir e enganarmo-nos do que enfrentar o susto e não virar costas à batalha. Viver, o que é viver, o que é? O que é essa palavra que vem ser usada durante milénios, o que é Deus, o que é Jesus, o que somos Nós?

Não sei nada, não sei. Mas tento perceber, não me custa. O Sol teima-me em bater na minha cara, viro-lhe costas, mas então, sinto o calor. Eu gosto e estendo-lhe a mão. Não o toco, mas mesmo sem contacto físico, ele faz-me sentir bem, faz-me sentir seguro de todos os males. Agora percebo. Agora eu sei o que é tudo, eu sei o que é a Vida.

A Vida é o Bem e o Mal, e nenhum poderia existir sem o outro. A vida é beleza, é brilho nos olhos, é alegria no coração das pessoas. A Vida é chorar e rir, a Vida é gritar bem alto, a Vida é respirar a Natureza, a Vida é ajudar. A Vida é perfeita e desengane-se quem pensa o contrário. A vida foi nos dada, não é preciso respirar nem estar presente, porque, um grande exemplo disso, são os falecidos, que nos trazem companhia e nos fazem recordar todos os momentos com eles passados. Momentos não, fazem-nos recordar as Vivências por nós conseguidas. A Vida não é uma obrigação, a vida não é esforço, não é morrer de tentar; a Vida é Natural, a Vida é nossa, a Vida é instinto. Sejam doidos, sejam crianças, vejam o mundo num arco-íris, voltem a sonhar, voltem a ser os heróis que queriam se tornar aquando crianças, voltem a sorrir para vida, voltem a viver. Deus quis isso, Jesus sacrificou-se. Se Deus existe, Ele não quer o nosso mal. Nós quisemos a liberdade para viver e Ele deu-nos. Nós estragámos isso. Ele deu-nos o que queríamos e nós desperdiçámos o que Ele nos entregou. Ele sim, precisa de receber um pedido de desculpas enorme pelo nosso estado presente. Tornámo-nos egoístas e nossos escravos e não sabemos o que é a felicidade. Ela existe, tudo existe, tudo é possível. Basta acreditar, basta imaginar. Nós conseguimos, nós conseguimos mudar este mundo, nós conseguimos torná-lo realidade agora, no tempo mais importante. Sim, porque Passado é História, O Futuro é um Mistério, mas o Presente é uma Dádiva. Por isso, vivam! E sou Maluco com orgulho!




Não encontro um título para este texto, tou num dia sem ideias. Mas não é importante, pois o que interessa é o que vou aqui dizer de seguida.

Os meus textos foram apresentados a uma turma do 11º ano, na disciplina «Língua Portuguesa». No final da leitura de dois dos meus textos, nomeadamente os textos O meu jardim e (Possível) Futura Carta,  a professora pediu aos seus alunos para darem a sua opinião, de acordo com o ponto vista do autor, ou seja, da MINHA perspectiva. O meu espanto foi que, quando um dos alunos se levantou para dizer o que é que EU, o seu autor, tinha levado a escrever os textos e a sua opinião pessoal à cerca do MEU estado de espírito. Ora bem, esse aluno disse-me que EU sou um sujeito obcecado. Sim, chamou-ME obcecado. Agora entendo as mágoas de muitos dos extraordinários escritores portugueses e estrangeiros, que despejam os seus sentimentos em muitos dos textos que escrevem e, quando o fazem com todo o seu amor e carinho, ainda são chamados de loucos. Peço desculpa por este gesto e se algum dia, o rapazinho que ME chamou de obcecado vier a ver este meu post e que me perdoe por este texto. Não vim aqui para criticar essa pessoa, cada pessoa vive dizendo o que quero e simplesmente estou-me a borrifar. Não estou a escrever estes textos todos porque é giro, ou porque dá fama, ou porque é para um concurso ou para ganhar a porra de dinheiro. Estou-me a cagar para isso tudo e para as vossas opiniões de merda. Criei este blog, este pequeno blog não para vocês mas para mim. Não criei para vocês lerem ou para vocês chorarem, rirem ou até cuspirem. Estou-me nas tintas para o que vocês acham ou deixam de achar. Criei, escrevo e expresso tudo o que sinto aqui. Algo que ninguém conseguiu mais explicar, eu explico por palavras minhas. Criei este blog para ser o meu mundo e pelo qual, não critico, não digo mentiras e nem sequer mando ninguém abaixo. Criei este blog com os únicos propósitos de me querer refugiar e, através de palavras de pessoas sábias e como quem me dou todos os dias, com as minhas convivências e com todas as experiências do dia-a-dia, vos ajudar a vocês, leitores, a terem a vida que merecem. Não me interessa se são ladrões, princesas, assassinos, meus amigos, familiares ou se são o Presidente da República. Aqui, vocês são apenas leitores, são um só, tal como vocês são HUMANOS e como tal, aqui quero respeito e igualdade. Não estou aqui para vocês, mas estou aqui para mim e por mim. Obrigado pequenos leitores e um pedido de desculpas ao rapazinho.

terça-feira, 9 de março de 2010

Obrigado minha pequena


Pediste-me assim, do teu jeito de brincadeira, para te escrever qualquer coisa no blog, quando o mostrei. Pediste e eu agora vou-te realizar o pequeno desejo.

Chegaste até mim quando mais precisava, como se soubesses que eras essencial para a minha alegria, como se adivinhasses que estava desesperado e consequentemente a precisar de toda a ajuda do mundo. Entraste no meu pequeno mundo que estava disposto a fechar-se para tudo o resto e a cruzar os braços e a lamentar-se na sua pena e no seu sofrimento. Como me têm dito, muitas das coisas boas nascem de coisas más e isto foi uma das tais. Mesmo no escuro, mesmo quando não havia um pingo de cor naquilo que eu via e vivia, tu trouxeste tudo de bom contigo, trouxeste a luz, o arco-íris e ao mesmo tempo, levaste de mim tudo o que era mau. Minha pequenina, fizeste-me crescer e então soubeste fazer-me voltar, trazer de volta tudo o que era e, ao mesmo tempo, mudar o que eu sou. Pouco a pouco, foste criando a mim uma história com sentido, com cabeça, tronco e membros e foste escrevendo a nossa vivência, na página em branco da vida. És a minha escritora, és a autora de todos os melhores momentos que tenho passado ultimamente, foste tu que desenhaste o meu novo e melhorado sorriso e foste tu que cantaste as mais belas palavras ao meu ouvido. És tu, a mulher de toda a arte mais que perfeita apenas existente neste meu mundo, que estava prestes a ruir, mas tu decidiste aparecer do nada e reconstrui-lo e modelá-lo ao teu belo jeito. Cada dia que tem passado tenho pensado nisso, de seres tu a construtora dos meus sonhos e quem mais dedica o seu tempo no meu melhoramento. Não descansas enquanto não me tornas perfeito. Mas perfeito, não no sentido de ser melhor, mas no sentido de ser o mais feliz e o mais completo. Não pensei em escrever-te isto, pois à muito tempo tenho-te sentido afastada, ou talvez tenha sido eu a fazê-lo, mas quero-te de volta, quero ser novamente o teu objecto preferido de transformação, quem mais me altera para me sentir bem comigo e contigo mesmo. Tenho pensado em ti e tenho-me sentido cheio de vida, cheio de alegria e cheio de cores. Vejo agora tudo branco e tu cada vez mais perto, estico a mão para te alcançar e ao mesmo tempo respiro de esperança de te tocar na cara e dizer-te "Xiu, ouve, ouve o barulho do meu coração quando estás perto de mim". Não precisas falar, só sentir. És simplesmente única e orgulho-me todos os dias de te ter conhecido, quero envelhecer contigo, chamar-te macaquinha, cagalhona e todos os nomes que são fofos para nós. São fofos e só nós sentimos o que eles realmente significam. É para sempre, é para sempre. E se algum dia achares que é o fim, então diz-me. Diz-me porque nesse dia eu morri.


Amo-te Chicca