domingo, 22 de agosto de 2010

Jamais me encontrarei, estou perdido para a eternidade. Fui à tua procura, minha própria consciência, à procura de ti que me tiraste do sério e te recusaste a entregar-me o que me tornava são. Estou tão doente e percorro este caminho escuro, infinito e inesgotável. 
Foste tu que te negaste a mim e tudo aquilo que tiraste de mim não usas. Tens apenas a fama e não o proveito. Não tens o proveito de tudo o que te poderia tornar tão mais bela do que és, trazendo-te até ti, minha alma, a outra metade de ti que procuravas; mas não... preferes teres o que de mim restou guardado numa caixa que carregas contigo para todo o lado que vais. Eu não vejo, mas sei. Sinto-o e ele chama por mim e, cada vez que estou mais perto sinto-o palpitar na prisão que tu o meteste e, quando o estou quase a alcançar para te puder entregar pessoalmente, foges, escondeste e finges que eu não existo. 
Mas eu sei, eu sei o quanto tu choras por teres partido, por teres tido a ganância de queres tudo para ti.. Querias o bem que eu te podia dar, querias o amor, a paixão e as lágrimas, mas não me querias a mim. Então partiste e eu vi-te afastar cada vez mais. Um passo que eu dava até ti eram dois para trás e, então parei de me mexer. 
Mas eu ainda oiço os gemidos que fazes quando te torturas por dentro e consomes o teu ser, porque eu ainda aqui estou. E és indecisa porque não me queres mas se desaparecer, tu perdes a esperança que te dei e perdes a vida que te entreguei. 
Agora estás sozinha mas negas-me o consolo de te cheirar, de te tocar e até a coragem de te tocar nos lábios com os meus, pois ainda te podiam fazer despertar os sentimentos secretos que estão dentro de ti.
Mas hei de chegar até ti, nem que seja na Morte e nessa altura, dou-te um abraço e desejo-te as boas vindas à minha vida.

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