quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Transparente

Escrevemos aquilo que nos vem à cabeça; é essa a pequena ideia de ser escritor ou de o tentar ser. Não escrevemos por ser giro ou por ser necessário, mas nós escrevemos porque imprimimos o nosso sentimento em cada palavra que desenhamos. O mesmo acontece com os pintores, escultores ou músicos. Os nossos sentimentos são expressos naquilo com que mais nos identificamos.
Aquilo que escreve não é ódio, não é tristeza, não é amor, não é nada. Apenas transmite aquilo que estou a sentir no momento, e neste momento não estou a sentir nada. Não é não sentir, é apenas o que acho que sou. Sou um vazio, sou um buraco pelo quais todas as pessoas vêem, mas conseguem ver através.
Neste momento não sou nada, não consigo sentir as palavras das músicas, não consigo entender o som da Natureza, não consigo perceber as pessoas. Tudo, porque desisti de mim naquilo em que eu era melhor; era o melhor a amar, era o melhor a ser tudo, mas desisti disso, desisti de mim para poder continuar a avançar para ti. Tive que aprender a deixar-me de lado, a pôr o meu orgulho de parte e a ser pisado, só para ter direito a um desejo: desejei que, de todas as pessoas que existem neste espaço, que sejas a última a deixar de sorrir. Abdiquei de tudo, amigos, família e até da minha própria felicidade, para viver à sombra da importância que tens para mim. Mas ao menos, vivo aquilo que sou e que escolhi, porque é o que eu quero.
Quem diz que um buraco é mau? Não é, porque sou daqueles que nunca vai tar sempre cheio, pois vou querer ser preenchido tempo a tempo com a mística com que me encantaste. Se me quiser "tapar", irei, mas irá sempre haver um espaço para ti, junto a tudo o resto. Sabes porquê? Porque eu descobri que uma das coisas em que os Homens são maus é a sua incapacidade de lutar e acreditar por aquilo que nos fez alguma vez felizes.
Se te quero, não é pela falta que me fazes, mas pelo Bem que me trazes. Mas é assim a vida, não sou um egoísta, da maneira que desejo o melhor para ti, porque sabe-me bem saber que ris, saber que sorris, saberes que tens motivos para tares feliz. Só o facto de te ver a sair por uma qualquer porta e saires com um sol brilhante atrás de ti, isso chega para me iluminar o meu dia.
E contigo descobri o que é a perfeição: essa palavra transmite equilíbrio. Descobri isso contigo... Trouxeste a melhor verdade ao meu mundo, e fico feliz por partilhá-la contigo. Trouxeste o meu equilíbrio, tornando melhor quanto estou contigo, dificilmente algo que se consegue sozinho. Tornas-me mais forte minha Felicidade.
És o meu vazio e és o meu todo, amo-te topas? Se é para sempre? Prometi da primeira vez que seria, é essa a resposta

1 comentário:

  1. escrevemos porque precisamos de transmitir o que sentimos e não o podemos dizer a quem queremos . Tão simples quanto isto (infelizmente Márcio).

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